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MARIA APARECIDA CAMARGOS FREITAS
( Minas Gerais – Brasil )
Nasceu em Piumhi, MG, em 15 de novembro de 1941.
Chegou a Divinópolis em 29 de junho de 1958, onde estudou e se formou em Pedagogia. Chegou a Divinópolis em 29 de junho de 1958, onde estudou e se formou em Pedagogia. Professora aposentada – Poetisa.
Membro da Academia Divinopolitana de Letras – Cadeira 35
Patrona Cora Coralina.
Livros publicados: Andarilho do tempo (2004); Pescador de estrelas (2008); Sinfonia dos ventos (2012); Cordas do coração (2017).
ANTOLOGIA ADL DO DIV.100 CINQUEN (CEN)TENÁRIO. Organizador Mercemiro Oliveira Silva. Divinópolis, MG: Academia Divinopolitana de Letras, 2012. 156 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Divinópolis.
Divinópolis.
Cidade centenária.
Acolhida entre o rio e a montanha.
Do Itapacerica, ganhas o abraço,
Da montanha, o beijo.
Tornas-te, então, a namorada.
A namorada dos que aqui aportam:
Que ganham de ti tantos afagos,
Que os prendem à terra do Divino.
Quero que saibas
Que te amamos muito
Tanto que abdicamos
Da cidadania de outra plagas.
És bendita!
E assim será eternamente:
Com os dons do Espírito Santo
Que te enriquecem e
Prendem-nos em amarras,
Docemente.
Terra que se expande
Fecundada pelo suor
Do trabalho, orvalho da ternura,
Dos bravos que lutam,
Amam e geram
Os filhos teus.
Valsa
Como o brilho do diamante lapidado,
Meio louca como o vento em vendaval,
Inebriante como suave champanhe
Tocada ao som, doce, do violino
Ouvi, encantada a velha valsa,
De todas as noites de acalanto.
Quando morreu o último acorde,
Docemente segui, pé ante pé, até a sala,
Num ímpeto emocional,
De orgulho e afeição,
Abracei minha mãe.
Que, ao instrumento divino,
Tocara, com o seu amor,
O meu coração.
A Viagem
A mata cortada pela estrada:
Ora encascalhada,
Ora só de terra vermelha.
O cafezal, alto e elegante,
Com flores e frutos,
Alternando o verde
Com o branco das flores
E o vermelho dos frutos.
A jardineira, chacoalhando,
Atravessa a mata e o cafezal;
E nós, a bordo,
Desfrutando a paisagem
Através de pequenas janelas.
Era a nossa festa predileta,
Nas férias do meio do ano.
Quando um pneu furava ou
Algo se quebrava, então
Era tudo perfeito.
A poeira, ou a lama,
Baldeamento ou a descida
Da serra, completavam o
Nosso encantamento.
Para papai e mamãe
Sustos e cuidados,
Para nós, a aventura
De sonhos embalados.
Lembrança
O vento tange, suavemente,
As folhas do salgueiro.
Que, qual cortina de leve textura,
Guarda interior da casa envelhecida.
Na música do vento
Ouve-se o velho piano
Tocando pelas mãos
Do fantasma do tempo
Oh! Doce enlevo!
O som desperta na alma
A saudade da infância
É família reunida.
*
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Página publicada em novembro de 2021
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